Na semana da Mulher são vários os temas debatidos em torno do universo feminino. De conhecimento geral, a prisão do jogador de futebol Daniel Alves em Barcelona em janeiro, sob a acusação de violência sexual contra uma mulher, não é novidade para ninguém. Mas o que nem todos sabem é que a aplicação do Protocolo No Callem pela boate Sutton naquela madrugada foi decisivo para que o jogador, agora suspeito de estupro, fosse investigado e preso preventivamente.
É o que abordará a jornalista Ana Carolina Carvalho, mestre em Comunicação e sócia da Times Comunicação num evento on-line que vai destacar as principais ações para prevenção e acolhimento de mulheres vítimas de violência em baladas. Com transmissão ao vivo pelo Instagram, a live traz convidadas qualificadas para discutirem o tema como Elena Freixa, jornalista do Diário Ara, de Barcelona, e professora da Universidade Pompeo Fabra e Bia de Lima, deputada estadual de Goiás e presidente do Sindicato da Educação de Goiás (Sintego).
Para Ana Carolina, idealizadora do evento, será uma oportunidade para que mulheres e responsáveis por bares e boates saibam como se adequar à realidade de violência de mulheres nesses locais. A jornalista ressalta ainda que Goiânia é reconhecida pela quantidade de boates que estão quase sempre muito lotadas, sobretudo, por mulheres.
“É fundamental debatermos o modelo de combate à violência contra a mulher de Barcelona para podermos aplicar essas medidas aqui no Brasil e quem sabe até incrementar ferramentas que sejam condizentes com a nossa realidade. Discutir políticas públicas relativos a este tema endossa também os cuidados com a mulher”, afirma.
A jornalista explica que, juntamente às convidadas, irá debater os princípios básicos que orientam o protocolo, atualmente, pouco conhecido pelo público em geral, mas que vem ganhando adesão pelo mundo e no Brasil. “Temos, por exemplo, o município de Florianópolis que lançou hoje, dia Internacional da Mulher, um protocolo similar ao aplicado no caso Daniel a fim de combater a violência sexual contra a mulher. Por que não criar estratégias assim em Goiás?”, ressalta.
A especialista explica ainda que popularizar o protocolo no Brasil é o caminho mais rápido para adesão das boates, que precisam entender, que algumas ações sexistas, fomentam a divisão de homens e mulheres dentro das boates, dificultando o combate à violência. A live será transmitida pelo Instagram da jornalista e anfitriã do evento, Ana Carolina Carvalho, quinta-feira, 9, às 9h.
O Protocolo No Callem de Barcelona
O protocolo No Callem foi criado pelo governo de Barcelona em 2018 para combater agressões sexuais e violência machista em espaços de lazer da cidade, como discotecas e bares. Cerca de 40 locais da capital catalã aderiram ao protocolo, que foi reativado no fim de 2022 depois de um período de paralisação das atividades privadas de lazer devido à pandemia de covid-19.
Os locais aderentes ao protocolo recebem treinamento e acompanhamento e devem aplicar medidas específicas para combater a violência machista. Um ponto central do protocolo é deslocar a atenção para as vítimas do abuso ou da agressão sexual. A prioridade das ações deve estar nelas, e não no agressor.
O protocolo dá um papel de destaque aos funcionários dos estabelecimentos, que devem ser capacitados para saber como prevenir e identificar a violência sexista e como agir em casos de agressão ou assédio sexual.
Evento
Live: “Protocolo de Barcelona No Callem – prevenção e acolhimento às mulheres vítimas de violência em baladas’
Host: Ana Carolina Carvalho, jornalista, mestre em Comunicação e sócia da Times Comunicação
Convidadas: Elena Freixa, jornalista do Diário Ara, de Barcelona, e professora da Universidade Pompeo Fabra
Bia de Lima, deputada estadual de Goiás e presidente do Sindicato da Educação de Goiás (Sintego)
Data: 9/8, quinta-feira
Transmissão pelo instagram @anacarolinacomunica
Tags: economia, goiás, governo, mulheres, Pessoas, saúde, senado, violencia